O câncer é uma doença de origem genética. Sua origem está em mutaçoes nas famílias de genes (oncogenes) que regulam a proliferação e diferenciação celular. Estes genes regulam diversas sequencias de sinais que, de maneira simplificada, iniciam o processo de replicação ou não.
Defeitos nestes processos podem desencadear sinais de multiplicação das células despropositados. Assim um câncer começa a se desenvolver. Embora nosso genoma sofra milhares de agressões diariamente ele possui mecanismos de proteção.
Este é um dos principais fatores que nos protege de desenvolvermos mais de um câncer e principalmente de maneira mais precoce. Alguns individuos podem nascer com algumas alterações nos genes de proteção ao genoma e desta forma serem mais susceptíveis ao desenvolvimento do câncer.
De maneira bem resumida podemos dizer: O câncer é uma doença de origem genética que promove uma desordem proliferativa, podendo acometer qualquer célula de nosso organismo.
A figura ilustra as agressões que o nosso genoma sofre diariamente podendo levar a mutações. Quando estas mutações ocorrem em genes que regulam a proliferação e diferenciação celular podemos desenvolver um câncer.
Mas o que pode agredir nossos genes?
Agentes Causadores
Como foi descrito no item “O que é” , o câncer é uma doença e origem genética, logo tudo aquilo que é capaz de interagir com o nosso genoma, teoricamente é capaz de ser um causador do câncer. Isso realmente é um fato e por isso podemos afirmar que praticamente estamos imersos em um “meio cancerígeno”.
Tradicionalmente podemos citar três classes de agentes cancerígenos: os agentes químicos, os físicos e os vírus.Dentre os agentes químicos existe uma infinidade de compostos e muitos deles estão no nosso dia-dia como os pesticidas, herbicidas, inseticidas, uma infinidade de substância presentes no cigarro além dos agentes poluentes dissolvidos no ar que respiramos.
Sobre os agentes físicos existem uma série de causadores potenciais como a radiação UV B dos sol e outras radiações presentes no nosso cotidiano (raio X, celulares, redes de energia, etc).
Os vírus como são organismos que podem se intergrar ao nosso genoma e promover transformações em alguns genes também são potencialmente cancerígenos. Podemos citar como exemplo o papilomavírus (que acomete humanos e animais) e o vírus da Leucemia felina (FeLV) como potencialmente cancerígenos.
Diante de tantos fatores que podem causar o câncer, uma pergunta que nos remete é: Não deveríamos desenvolver muito mais câncer e de maneira bem mais precoe?
A resposta está no fato de que nossas células e nosso organismo possuem muitos mecanismos que conseguem de alguma forma nos proteger e corrigir os possíveis erros que possam se apresentar no genoma da célula (que viriam a desencadear o câncer) e até mesmo combater tais células se o erros genéticos prosperarem.
Estes mecanismos não são infalíveis por isso desenvolvemos o câncer.
Conforme foi escrito na seção “O que é”, o câncer é uma doença que acontece devido a alterações genéticas que acometem as células (genes que regulam a proliferacão e diferenciação), logo o tipo de câncer que irá se desenvolver depende da localização da célula que acumulou estas mutações. Podemos citar como exemplo as células mais superficiais da pele (epiderme) que devido a exposição aos raios do sol UVB podem ir acumulando mutações em seu genoma até o momento em que o processo evolui e ocorre o desenvolvimento de um tipo câncer de pele (carcinoma epidermóide). Este processo, por diferentes meios, pode acontecer em qualquer célula do organismo, originando os diferentes tipos câncer.
Com relação a nomenclatura dos tipos de câncer de maneira bem simplificada podemos dizer que aqueles cânceres cuja origem está em células epiteliais utiliza-se o termo carcinoma (por ex.: célula originada no epitélio da mama – carcinoma mamário) e aqueles cuja origem está em células mesenquimais utiliza-se o termo sarcoma (ex.: célula originada do osso – osteosarcoma). Mais detalhes sobre a construção da nomenclatura dos diferentes tipos de câncer podem ser obtidas nas referências abaixo.
Como ele se apresenta
O câncer é uma doença que classicamente se apresenta como uma formação ou massa anormal em uma região do corpo, embora existam diversas outras apresentações como feridas ulceradas, manchas avermelhadas, aparência de inchaço em alguma região do corpo, sangramentos intercorrentes, crostas sobre a pele, espessamento da pele, etc. Existe também a possibilidade do câncer já estar presente e o animal não ter nenhuma lesão aparente, podendo somente apresentar mudança de comportamento, emagrecimento progressivo, perda de um ou mais de dos sentidos, cansaço e outros sinais clínicos inespecíficos. O que é de extrema importância para o paciente oncológico é o diagnóstico ser feito o mais precoce possível. Assim as possibilidade de controle da doença tornam-se maiores.
Como conseguirmos o diagnóstico precoce? A visita ao médico veterinário e a melhor forma de supervisionarmos a doença de nossos animais de estimação. E no caso de diagnosticado algum tipo de câncer procurar algum profissional especializado em oncologia pode ser determinante para o seu animal.
Uma grande formação um dia foi um pequeno nódulo com alguns milímetros, e nesse estágio inicial as chances de controle do câncer são muito maiores. Por isso nunca deixe de procurar orientação se o seu animal apresenta alguma lesão ou alteração quaisquer alterações no seu cotidiano.
Metástases
O câncer é uma doença que pode se apresentar não só no local de crescimento primário, mas também em locais distantes no organismo do hospedeiro, que são chamadas metástases. Isso se dá em virtude de algumas características adquiridas pelas células cancerosas no seu processo de progressão.
Boa estratégia, melhores resultados
A medicina veterinária vem evoluindo bastante no últimos anos e hoje ja dispõe de mais recursos de diagnóstico e tratamento. O câncer é uma doença que pode se apresentar tanto localmente quanto de forma disseminada.
A presença de uma formação (nódulo) que na maioria das vezes é o único sinal clínico evidente que nos permite relizar o diagnóstico da doença pode não representar toda a doença. O sítio primário do câncer pode “liberar” células no organismo do hospedeiro e dessa forma, via vasos linfáticos ou sanguíneos, promover a formação da metástases.
Por essa característica, de poder se apresentar como tanto como doença localizada quanto disseminada, a realização do estadiamento dos pacientes oncológicos é essencial para se traçar uma melhor estratégia de tratamento.
Dessa forma, quase sempre, a estratégia de tratamento para um câncer envolve mais de uma modalidade de tratamento. Todos estes detalhes a respeito da melhor estratégia de tratamento são instituídos com o veterinário especializado após a realização da consulta oncológica.
É nossa prioridade informar os proprietários sobre as questões metabólicas do câncer e oferecer-lhes as ferramentas para que possam prevenir e tratar essa síndrome, acompanhando o progresso do paciente para que possamos intervir o mais precocemente possível.
Modalidades de Tratamento
As principais modalidade de tratamento disponíveis disponíveis em medicina veterinária são:
Após realização do estadiamento do paciente o médico veterinário oncologista* é o profissional mais habilitado para estabelecer a melhor estratégia de tratamento. Essa estratégia quase sempre irá combinar duas ou mais modalidades de terapias.
O estadiamento do paciente oncológico tem como objetivo estipular o estágio em que a doença se encontra. A forma de se fazer essa estimativa é avaliar a condição clínica do paciente durante a consulta oncológica juntamente com os exames de diagnóstico.
Os exames de Raio X de tórax, ultrassom de abdomen, citologia do linfonodo regional além de alguns exames realizados através do sangue do animal são os principais exames solicitados, embora em alguns casos sejam necessários outros exames.
O estadiamento não é uma forma exata de se estimar o estágio da doença, uma vez que os exames de diagnóstico tem uma sensibilidade limitada, porém são a melhor maneira de se obter informações para se traçar uma melhor estratégia de tratamento.
O exame de Raio X é de grande importância para o estadiamento do paciente oncológico.
A ultrassonografia de abdomen pode vir a detectar possíveis metástases em órgãos localizados na cavidade abdominal.
Um simples hemograma e alguns exames bioquímicos podem nos trazer informações valiosas a respeito das condições fisiológicas do paciente.
Nas últimas duas décadas estudos têm constatado que cães e gatos com câncer possuem alterações em seu metabolismo que podem levar a uma perda de peso progressiva, muitas vezes silenciosa e persistente. Essas alterações têm início muito antes dessa perda de peso ser detectada, e podem persistir por semanas, meses ou até anos após o paciente ser considerado curado da neoplasia.
Pacientes oncológicos que apresentam perda de peso tem diminuição da qualidade de vida e do tempo de sobrevida, além de menor resposta ao tratamento.
A terapia nutricional é uma ferramenta extremamente útil e valiosa para combater essa condição. Os benefícios do suporte dietético adequado incluem ganho de peso, aumento da resposta e melhor tolerância a radiação, cirurgia e/ou quimioterapia.
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